terça-feira, 9 de agosto de 2016

Um misto de emoções

Primeiramente, não querendo fazer publicidades desnecessárias, recomendamos a 100 % o sistema das walking free tours. Fizemos uma na segunda de manhã e adoramos. Para quem não sabe, as free tours são visitas guiadas pela cidade a pé. No final, damos o dinheiro que achamos que a visita valeu, sem compromisos. Ficamos a saber imensas curiosidades acerca de Madrid por um baixo preço.


Para variar, montamos o pic-nic no meio da praça. Seguidamente, vimos a parte da cidade que nos restava e às 4:30 estavamos despachadas. Ora, o calor era imenso. Decidimos voltar para o hostel e descansar um pouco. Lançadas para a preguiça, entramos de rompante no quarto, anteriormente ocupado por apenas 4 pessoas e deparamo-nos com um  elemento a mais, deitado, exatamente, com os seus sujos pés, no nosso beliche. Olhamos uma para a outra estupefactas. O quarto era o certo. A cama, concerteza, também era (não somos tontas o suficiente para nos esquecermos de tais pormenores). Que estaria aquele indivíduo de meia idade e pele pálida a fazer na cama da Bia? Trocamos olhares também com o nosso já conhecido colega de quarto (futebolista profissional e muito simpático que infelizmente ainda não se lançou à fama), que confirmou as nossas certezas, com uma expressão algo "wtf is he doing here" na cara.Pegamos no senhor e levamos o caso à recepção. Era um equívoco com o número das camas. Conclusão: a bia foi abancar para outro posto. Juntamente com este novo indivíduo, conhecemos um Bulgário, algo excêntrico, mas concerteza muito simpático, apesar do seu inglês e da sua linguagem gestual serem algo rasteiros. Um festeiro autêntico, como em portugal não há. Assim que nos conheceu, já estava a recomendar festas,mostrar videos em Benidorm e a querer montar um festival naquele que era um  quarto apinhado de beliches onde espreguiçar era já ousadia. Contudo, a fome apertava. Fomos, as duas sardinhas, jantar e dar uma volta pela então bem iluminada cidade de Madrid. Assistimos a espetáculos de rua que bem podiam estar no got talent,de tão explêndidos, magnificos e entusiasmantes. Com o decorrer da noite, encontrámos um pessoal que já conheciamos do Hostel. Logo nos fizemos amigos. Duas tugas,dois marroquinos e um zuca (no inicio da noite haviam mais indivíduos cuja identidade ainda agora nos é estranha) a vaguear pelas ruas e ruelas de Madrid. Como diz o nosso muito amigo zuca "Europeias adoram camiñar". A noite decorreu num misto de conversas interessantes e aprendizagens interculturais. Rachid, o "Marroquino-tuga", com todo o seu à-vontade em línguas e larga facilidade em criar amizades (não há ninguém com quem ele não fale), guiou-nos numa "free tour noturna". O nosso amigo Jean, super alto, mas também super simpático, como só apenas os Brasileiros o sabem ser, manteve a conversa animada com explicações pontuais acerca das diferenças entre o Brasil e a Europa. O pobre Amine, marroquino que não se parece, de todo, com um marroquino, muitas vezes se perdeu na conversa,por ser o único a não falar a bela língua portuguesa. Contudo, mostrou-se bastante empenhado em tentar aprender umas palavras e, ao fim da noite, tinha tomado a decisão de aprender a língua mais aprofundadamente (segundo ele, o sotaque é bonito). Mas ei,  o rapaz sabe dizer "O Cristiano Ronaldo é o melhor do mundo", por isso está já bem encaminhado.Como tudo o que é bom acaba, a noite depressa chegou ao fim. Retirámo-nos para os nossos quartos, após uma troca de contactos.


Com algumas turbulências pela noite fora (não vamos entrar em pormenores senão não saimos daqui), chegou a manhã da despedida. Deixou-nos um sabor amargo abandonar, não só o lugar, como as pessoas com as quais tecemos uma querida amizade durante o breve tempo que lá passamos. Contudo, parar é morrer por isso colocamos a carapaça às costas e... guess what? Valência bitchezzz. Até ver estamos a adorar. Até já lavamos roupa no lava-mãos da WC do quarto! O pânico continua a alastrar-se por Espanha. E é tudo... por agora ;)




Beatriz e Carolina

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